5 tendências de decoração que devem diminuir em 2020
O colunista Diego Revollo separa os modismos que enfraqueceram em 2019 e caminham para o desuso
Quem me acompanha sabe que apesar de estar sempre atento à movimentação do mercado, aos últimos lançamentos e modismos, sempre tento realizar projetos com vida longa. Para mim, dez anos é sempre um prazo mínimo e saudável que todos deveriam considerar como durabilidade para um projeto residencial. Isso não significa que após esse prazo você deva sair renovando tudo, mas considerar mexer antes disso é sinal de que você fez escolhas erradas, descartáveis, ou embarcou em modismos desnecessários.
No mesmo raciocínio, a maioria das tendências em decoração dura em média cinco anos, podendo ser menor quando ela é muito usada e nos cansa, ou quando alguma novidade chega e acaba por matá-la. A seguir estão as que acredito que vão ter fim em 2020, justamente por se mostrarem enfraquecidas em 2019.
1. Revestimentos cimentícios
Projeto de Diego Revollo com revestimento cimentício (Foto: Divulgação)
Confesso que fui um dos primeiros a embarcar nesse tipo de material, não só por afinidade estética, mas também por necessidade de dar “peso” a pisos e paredes. O uso do concreto ou mesmo do cimento acentua ainda mais os ares industriais dos lofts projetados pelo escritório. Se em 2010, quando comecei a utilizar esse tipo de material era ainda forte e incomum, em poucos anos se tornou o queridinho tanto de clientes como de muitos profissionais e caiu no gosto comum. Hoje, vejo vários casos em que ele é usado meramente como decoração, papel de parede, sem propósito definido em toda gama de projetos. Se a repetição por si só já cansaria, a falta de criatividade, critérios e mesmo o tempo de uso - mais de dez anos - nos mostram que está na hora de diminuirmos o uso ou adotar outros tipos de revestimentos.
2. Veludo
Projeto de Diego Revollo tem sofá de veludo roxo (Foto: Divulgação)
Posso estar enganado, mas mesmo sendo um tecido clássico, sempre presente na decoração, acredito que por volta de 2012 ou 2013 o veludo começou a despontar com força em revestimentos de poltronas, sofás, desbancando, por exemplo, o chenile, que de tão comum havia se vulgarizado. Lembro ainda de algumas edições do Salão de Milão, em que todos notavam o veludo como o tecido da vez na maioria dos lançamentos. Em 2020, como já presenciamos um pouco em 2019, o sofisticado ou mesmo o glamour de outros anos perdeu espaço e o veludo acabou se enfraquecendo junto. Outro sintoma de sua decaída é que sua grande aceitação culminou em o mesmo estar por toda parte, invadindo lojas mais simples ou mesmo móveis não tão sofisticados, um sinal de que talvez tenhamos usado em demasia. No outro extremo, linhos rústicos ganham força e até tramas novas de chenille começam a retornar.
3. Cores intensas
Se já escrevi aqui que o bege é a cor que mais veremos em 2020, cores fortes ou mesmo alguns tons pastel, bastante usados nos últimos anos, deverão ficar em 2019. Realmente, a época que vivemos pede tranqüilidade, e tons neutros se encaixam perfeitamente nesse contexto. Dificilmente alguém optará pela profusão de cores intensas quando as tonalidades claras parecem tanto nos acalmar. Vale lembrar que dentre os tons pastel, já explorados nos últimos anos, o rosa millenial é um dos que nos cansaram e que dificilmente aparecerá novamente em 2020.
4. Móveis de plástico
As cadeiras de plástico devem cair em desuso com o avanço da discussão ambiental sobre a sustentabilidade (Foto: Reprodução/Pinterest)
Acho que ninguém no contexto atual, com a guerra às sacolas e canudos de plásticos e tantas outras declaradas, ainda nutre desejo por cadeiras, mesas ou bancos nesse material. Eu mesmo, que já usei em outras épocas os incríveis móveis de uma famosa marca italiana, hoje me pergunto como ela irá se reinventar para sobreviver em um mundo notadamente mais consciente em relação à sustentabilidade e aos problemas ambientais. Talvez já prevendo essa tendência, a mesma marca apresentou esse ano, na Maison Objet em Paris, uma cadeira produzida integralmente com material 100% reciclado e belo design. Em 2020 vamos não só olhar desconfiados para qualquer móvel de plástico, mas também nutrir desejo por móveis e objetos de fibras naturais, como ratan, vime, junco e tantas outras.
5. Painéis ripados
O painel ripado vem tendo sua originalidade questionada devido ao alto uso da solução em projetos por todo o país (Foto: Divulgação)
Se a madeira natural nunca esteve tão em alta, algumas soluções em marcenaria começam a soar já repetitivas ou usadas em demasia. O painel ripado é uma das que, por unanimidade, aparecem em projetos de norte a sul do país. É claro que ainda veremos em 2020 esse tipo de detalhamento em portas, painéis e estantes, mas a originalidade já começa a ser um pouco questionada e nossos olhos não brilham tanto a cada projeto com essa solução. Um dos caminhos pode ser explorar mais a originalidade ao se projetar as alvenarias ou, para quem não abre mão da marcenaria, apostar em soluções novas, mais ousadas e principalmente originais. De qualquer maneira, a madeira natural, predominantemente rústica, é sem dúvida ainda protagonista em 2020.
Via: Nortão Negócios