Após queda, venda de imóveis volta a crescer na Capital
Índice de monitoramento de 16 capitais brasileiras mostra retomada do mercado imobiliário
Mesmo tendo recuado 2,96% nos últimos 12 meses, o preço médio dos imóveis acumula uma alta de 1,03% desde o mês de maio. O indicativo de retomada do mercado imobiliário é do Índice FipeZap de Venda Residencial, que monitora 16 capitais brasileiras.
No acumulado do ano, a Capital sul-mato-grossense apresentou a segunda maior queda no período analisado, ficando atrás apenas de João Pessoa (PB), com -3,26%. Quando considerada a inflação oficial de 3,32% medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesse intervalo, o indicador acumula uma queda real de 2,98% nos 12 meses encerrados em junho.
Ainda conforme o indicador, os imóveis residenciais comercializados em Campo Grande no mês passado custaram, em média, R$ 4.120 o metro quadrado. O maior preço foi de R$ 4.687 para a região Prosa, e o menor, de R$ 3.070, para a Anhanduizinho, uma variação de 52,6%.
O preço médio de venda residencial na Capital sul-mato-grossense foi o menor do País em junho, em um total de 50 cidades monitoradas pelo FipeZap. No outro extremo, o Rio de Janeiro foi a capital com o preço do m² mais elevado (R$ 9.431/m²), seguida por São Paulo (R$ 8.935/m²) e Brasília (R$ 7.295/m²). Já a média nacional ficou em R$ 7.182/m².
No ano, o Índice FipeZap acumula retração de 0,35% no preço médio de vendas de imóveis residenciais em Campo Grande. Já quando considerado o resultado mensal, a variação foi positiva em 0,38%, a terceira seguida neste ano. Em maio, o índice foi de 0,55%, e em abril, 1,08%.
RETOMADA
O cenário de retração mostrado pelos dados do Índice FipeZap também é observado por quem está no dia a dia das negociações imobiliárias em Campo Grande e tem o desafio de manter a comercialização, apesar de a economia permanecer desaquecida.
“No começo do ano, houve um aumento do movimento [nos negócios], principalmente por mudança de clientes para a Capital por causa de estudos, para assumir cargos no trabalho, mas agora em julho há uma procura um pouco menor. Porém, os preços estão estagnados”, avalia o presidente do Sindicato de Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimóveis-MS), João Hercílio de Araújo Filho.
Ainda conforme o dirigente do sindicato, as imobiliárias e os corretores estão bem flexíveis, com condições diferenciadas para negociar. “Depende de encontrar o imóvel certo e da localização, mas o mercado está aberto para negociação. O aquecimento [da economia] vai depender do governo. Há muitas decisões para serem tomadas, os bancos também estão mudando as taxas de juros, mas, por enquanto, os patamares de preços estão se mantendo, estão os mesmos do início do ano”, explicou.
O presidente da Câmara de Valores Imobiliários de Mato Grosso do Sul (CVI-MS), Dilson Auerwald, avalia que ainda estão se vendendo imóveis no mercado local, mas, em função principalmente da aceitação de contrapropostas, a redução de preços varia de 5% a 10%. “Têm saído bons negócios [principalmente na área rural], mas não em um ritmo tranquilo. A movimentação de negócios reduziu muito em comparação com outros anos”, avalia.
A expectativa é de que uma retomada mais consolidada nas operações de compra e venda de imóveis se dê a partir de outubro, após a aprovação das reformas estruturantes do governo federal e de uma reação do mercado e do consumidor. “As reformas, o nível salarial, a capacidade financeira da sociedade, o desemprego, tudo isso influencia. Tem muita gente desempregada e que, por isso, não tem condições de consumir. A gente espera que, com a aprovação das reformas, melhore o cenário, mais investidores venham para o País e, assim, mais empregos sejam gerados”, completou.
Via: Correio do Estado