Mercado imobiliário estima crescimento de até 15% no segundo semestre
Empreendedores estão otimistas com o mercado após anos de queda e estagnação
O setor imobiliário do Sul catarinense inicia o segundo semestre de 2019 com otimismo. Isto porque existe expectativa de crescimento, quando comparado com o mesmo período do ano passado, principalmente na venda de imóveis. Na verdade, representantes do setor chamam isto de recuperação de mercado, tendo em vista as baixas em anos anteriores. No primeiro semestre, já houve um aumento nas vendas, ainda tímido, mas perceptível, o que deve crescer até o fechamento do ano.
Inclusive, a expectativa positiva vai além do território regional, como afirma o empresário do ramo imobiliário no município de Araranguá e presidente do Sindicato da Habitação do Sul de Santa Catarina (Secovi Sul/SC), Helmeson Cesar Machado.
“Acreditamos que esse ano, inclusive a nível nacional, vai ter um balanço positivo no final. Tínhamos uma expectativa de crescimento entre 10 e 15% durante o ano inteiro. Ocorre que o nosso problema não é tanto financeiro, é mais de credibilidade política. Notícias negativas acabam prejudicando a vida das pessoas e o mercado como um todo, mas, dentro da expectativa, ainda temos um mínimo de 10 e um máximo de 15% de crescimento, isso nacionalmente também”, salienta Machado.
O empresário do setor imobiliário em Criciúma e vice-presidente do Secovi Sul/SC, Juarez Sabino, acredita que este aumento nas vendas se deve à coragem dos empreendedores e ao fato de que as pessoas estão mais confiantes na economia do Brasil. “Presumimos que esse seja um Governo que vai fazer algo pelo mercado imobiliário. Além disso, também existe uma expectativa positiva das pessoas, elas estão mais confiantes para investir”, avalia Sabino.
Ele recorda que, em 2014, o setor imobiliário viveu a maior crise dos últimos tempos. “Tivemos o momento ruim, depois o mercado veio bem devagar, havia pouca busca por imóveis e fechamento de negócios quase zero. Depois, houve um período de estagnação, não crescia, mas também não caía. A partir do fim de 2018 observamos o começo da reação, ainda acanhada, devido à pouca confiança que o mercado dava ao Governo, mas já era o começo da recuperação, que é o que estamos vivendo hoje”, declara o vice-presidente.
José Mondardo também é empresário do ramo imobiliário em Criciúma e cidades vizinhas, além de conselheiro fiscal do Secovi Sul/SC, e está confiante nesta recuperação. “Já pagamos bastante caro nos últimos anos, o mercado estava retraído e os preços caíram bastante. Eram duas variáveis negativas: o excesso de ofertas e a queda acentuada no poder aquisitivo das pessoas. Agora, em função da economia em crescimento, as pessoas vão retomar a procura por imóveis, isso porque, quando a economia começa a crescer, gera otimismo nas pessoas”, adianta Mondardo.
Produção de imóveis
O crescimento também já se mostra positivo na produção de imóveis, tanto por parte das construtoras, como os particulares. Especialistas do setor imobiliário já perceberam o aumento na oferta, com mais imóveis disponíveis para venda, além de diversos empreendimentos sendo lançados ou entregues.
Ainda segundo eles, a oferta dos chamados imóveis populares – com financiamentos facilitados, principalmente, pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal – nunca diminuiu. Portanto, o que está sendo observado, agora, é um crescimento na oferta de imóveis nos padrões médio e alto.
“É mais fácil produzir 10 casas de R$ 100 mil do que um imóvel de R$ 1 milhão, por isso o mercado de alto padrão precisa de um pouco mais de estabilidade para conseguir crescer, e isso não estava acontecendo. Agora, está sendo lançado todo tipo de imóvel, desde imóveis financiados pelo Minha Casa, Minha Vida, até imóveis de alto padrão e até de luxo, que era um mercado que tinha praticamente sumido. Isso é um bom sinal, é sinal de confiança”, comenta o presidente do Secovi Sul/SC.
De acordo com ele, tudo isto demonstra que esta é uma boa oportunidade para investir no setor e adquirir imóveis. “Dá para considerar, sim, que é um bom momento para adquirir um imóvel. É um momento de incerteza política, mas não econômica. E o imóvel continua sendo o investimento mais seguro, pode não ser o mais rentável no momento, isso vai acontecer com o tempo, mas continua sendo o mais seguro. O mercado imobiliário, hoje, é o mais seguro que existe, ele não está sujeito às intempéries da política, ninguém tira o seu imóvel, desde que você esteja com os pagamentos em dia”, finaliza Machado.
Via: ENGEPLUS